Editorial

Na minha bicicleta, na minha escola” projeto desenvolvido pelo CAF
Depois de um longo segundo período cheio de atividades e iniciativas empolgantes, a Revista do Sô Miguel regressa para vos dar conta de mais um trimestre. De janeiro à Páscoa, muitas aprendizagens foram transmitidas, de cá para lá, e também, de lá para cá, porque a história do ensino-aprendizagem não tem só um sentido.
Falamos de tudo; todos os temas que vos possam ocorrer, desde História de Portugal, passando pelos temas do mundo natural, animais, plantas e a crise ambiental. As práticas quotidianas e a atenção dada à Natureza têm sido amplamente analisadas e discutidas neste fórum que é a nossa escola. E deste debate, que a todos nos diz respeito, têm saído as mais interessantes e brilhantes ideias. Temos turmas que já baniram das salas as palhinhas e os copos de plástico de utilização singular, muito antes das lei promulgadas; há grupos que investem em lanches saudáveis e cujos pais se aplicam por enviar merendas em bolsas de tecido ou caixas de plástico reutilizáveis; e centenas de crianças que comem fruta com casca! Se não vai com casca, então descasca-se. E pelos recreios se diz que é um alimento saudável que tem uma embalagem biodegradável que a Natureza adora decompor.
O monstro aterrador, que se chama plástico, veio para ficar, sobretudo quando pensamos que um mero saco plástico – daqueles que usamos para pôr as tangerinas ou os pêssegos no supermercado – vai andar por aí durante 500 anos, até se degradar por completo. Isto se ele se perder no circuito da reciclagem. Imaginar que daqui a meio milénio nenhum de nós estará por cá mas a nossa pesada pegada plastificada estará, é algo que dá muito em que pensar.
Em simultâneo, esta ideia de sustentabilidade fez-nos pensar na mobilidade e na forma como nos movemos pela cidade. Crises de combustíveis e debates energéticos à parte, a necessidade de encontrarmos formas eficazes e eficientes de nos deslocarmos de A até B e depois para C nunca foi tão importante. Lisboa está agora munida de bicicletas encaixadas um pouco por todo o lado e de trotinetas tombadas por aqui e acolá; mas será que a cidade está preparada para receber estes novos transportes singulares que de facto estão a ser um sucesso?

Actividade “Há Vida no Tejo”
As ciclovias são escassas, há adultos a circular em cima dos passeios, quando apenas crianças até aos 10 anos o podem fazer e muitas, mas mesmo muitas trotinetas largadas ao acaso. É com pequenos passos e novas ideias como estas que se constroem futuros. O ciclismo na nossa escola foi um êxito e todos os dias se veem mais e mais alunos a usar a bicicleta para esta deslocação, bem como professores. A vida saudável e sustentável também passa por aqui.
Para nos tornarmos ainda mais sustentáveis decidimos que a Revista do Sô Miguel também o deveria ser, por isso é que, a partir desta segunda edição, nos poderão encontrar nesta página. Acreditamos que o papel não se vai extinguir, e o seu império tem um longo futuro pela frente nas bibliotecas, nas escolas, nas mochilas e nas nossas mesas-de-cabeceira. Mas esta é uma decisão que vai além do gasto energético e do papel. Acreditamos que este domínio digital nos fará chegar a um maior números de pessoas da nossa comunidade escolar para que todos fiquem a saber que em Lisboa, no Bairro de São Miguel, há uma escola muito especial.
A Equipa Editorial