O Mundo Lá de Fora
A COVID-19 trocado por para miúdos
COVID-19 – Todos já ouviram falar, é impossível não ouvir pois está na boca do mundo desde que acordamos até que nos deitamos. A Covid mudou, revolucionou, baralhou, estragou… as nossas vidas. Para ajudar a compreender melhor a COVID-19 vamos responder a algumas perguntas:
O que é a COVID-19?
A COVID-19 é a doença provocada pelo vírus da família coronavírus que foi identificada pela primeira vez em seres humanos em 2019, o nome vem do inglês CoronaVirus Disease – 19: CoViD-19.
Os vírus são seres muito simples, tão simples que nem são considerados seres vivos, pois a unidade básica da vida é a célula e os vírus são tão simples que não são células. Os vírus para continuarem a existir têm que infetar células e só dentro dessas células é que se conseguem multiplicar.
Este novo coronavírus normalmente infetava pequenos mamíferos, como por exemplo morcegos, e não era capaz de infetar e ser transmitido por pessoas. O que aconteceu é que o vírus teve uma mutação (quer dizer que mudou) e passou a ser capaz de ser transmitido de pessoa para pessoa.
Como este vírus é muito contagioso (passa facilmente de uma pessoa infetada para outra que não está infetada) espalhou-se rapidamente por todo o mundo e deu origem a uma Pandemia.
Existem vários vírus desta família que infetam seres humanos e provavelmente já todos fomos infetados por eles. Esses coronavírus causam constipações e normalmente “resolvemos” essas doenças facilmente. O novo coronavírus também provoca uma infeção nas vias respiratórias (na zona do nariz por onde entra o ar quando respiramos e nos pulmões). Na maior parte das pessoas causa uma infeção ligeira, ou seja, as pessoas sentem-se um pouco abatidas, têm alguma febre e algumas pessoas perdem o olfato (deixam de conseguir cheirar). Muitas pessoas são infetadas pelo vírus e não ficam doentes , o que acontece com a maioria das crianças. O problema é que algumas pessoas ficam muito doentes, com muita dificuldade em respirar e desenvolvem uma pneumonia. Algumas pessoas morrem devido a esta doença.
Como se transmite?
O novo coronavírus transmite-se em gotículas que as pessoas infetadas libertam ao tossir, espirrar ou falar alto. Estas gotículas podem depois ser inaladas por uma pessoa não infetada, ou seja, podem entrar pelo nariz ou boca quando respiramos, e é assim que a maioria das pessoas fica infetada. Se as gotículas ficarem num objeto ou superfície que nós tocamos e se depois levarmos as mãos ou objeto com o vírus à boca, também podemos ser infetados.
O grande problema é que como é um vírus novo, o nosso sistema imunitário (as nossas defesas) não está preparado para responder, pois “não conhece, nem nunca viu” o vírus. Assim, todos podemos ficar infetados se contactarmos, de perto e sem proteção, com uma pessoa infetada. Mais importante ainda – todos podemos, se formos infetados, “espalhar” o vírus. Podemos até espalhar o vírus sem saber, pois, como foi dito acima, alguns de nós somos infetados e não ficamos doentes (diz-se que se está assintomático – sem sintomas).
Como nos podemos proteger?
Neste momento o único modo de nos protegermos e protegermos aqueles de que gostamos é tomar as medidas que de certeza já ouviram repetir muitas, muitas vezes, mas aqui vão:
– Sempre que possível fazer isolamento social. Isto quer dizer que não nos devemos juntar em grandes grupos de pessoas (nada de festas!). Devemos manter-nos em “bolhas”, por exemplo no caso das crianças, as “bolhas” são as pessoas com quem vivem diariamente e a turma da escola;
– Deve-se usar máscara quando se está em locais fechados e ao ar livre onde circulam muitas pessoas;
– Deve-se lavar ou desinfetar frequentemente as mãos;
– Não se deve partilhar material ou comida.
O outro modo de nos protegermos que começa agora a surgir lentamente é sermos vacinados quando nos for dada essa oportunidade.
E também, o que é uma vacina e o que é que esta traz de novo?
As vacinas são um dos avanços mais importantes da medicina e as várias vacinas que existem para prevenir outras doenças já permitiram salvar muitas vidas.
Numa vacina o que se faz é inocular (introduzir no corpo) a pessoa com o agente inativo ou com parte do agente que causa a doença, neste caso o agente é o vírus. Ao fazer isso dá-se a conhecer o vírus ao sistema imunitário para ele aprender a lutar contra ele e assim prevenir a doença.
No caso do novo coronavírus, e nas vacinas que já estão a ser usadas, a vacina consiste em introduzir no corpo uma pequena porção do vírus, apenas uma das proteínas do vírus é dada a conhecer às nossas defesas. Esta proteína tem um nome engraçado em inglês – é a proteína spike. A spike é uma proteína que fica à superfície do vírus e que o vírus usa para se ligar às células que infeta. O sistema imunitário das pessoas vacinadas vai reagir contra a proteína spike e, se depois entrarmos em contacto com o vírus, vai conseguir combatê-lo melhor.
Primeiro que tudo vai-se vacinar as pessoas que lidam todos os dias com os doentes e depois vai-se tentar proteger as pessoas mais vulneráveis, ou seja, as pessoas que podem ter COVID mais grave. Depois destas pessoas estarem vacinadas espera-se que se consiga começar a ter menos casos a precisarem de ser internados nos hospitais e menos pessoas a morrerem. Depois então serão vacinadas as outras pessoas, à medida que a maioria das pessoas estiver vacinada, o vírus vai começar a ficar “sem ter para onde ir” pois a maioria das pessoas vai ter sistemas imunitários já treinados para o combater.
Sofia Guia Marques, mãe do Vasco do 3º B