Reduzir: O “R” chave para um futuro mais promissor para os nossos filhos.
Bruno Domingos, Pai da Leonor Domingos (3.º D)
Fui um dos milhões de cidadãos deste planeta que teve o privilégio de ver o último episódio da série televisiva Planeta Azul. Nesse episódio, David Attenborough dedicou alguns minutos apenas ao plástico nos oceanos. Estou certo que foram dos minutos de televisão mais marcantes para a humanidade nos últimos anos. A acrescentar a esta visão dramática, que apesar de tudo, poderia levar a pensar que era uma realidade em áreas geográficas longínquas, tinha feito na semana anterior uma caminhada pelas falésias da Costa Vicentina. Ao longo de 35 km de costa, de facto, o plástico está tristemente omnipresente a cada quilómetro! Além das inevitáveis garrafas, a maior quantidade provém de artigos de pesca, o que mostra a abrangência da acção humana na produção de resíduos.
Pensei que era fundamental agir de imediato. Analisei de uma forma pragmática, mas sem fundamentalismos, que resíduos poderiam ser eliminados de imediato.
Bebia café de cápsula plástica. Fui buscar a velhinha máquina de café de manípulo à arrecadação da minha mãe e passei a usar café de saco. Usava sabonete líquido em todos os pontos da casa. Substituí pelo velhinho sabonete sólido com a vantagem de reduzir também o transporte de água dissolvida e o volume na logística global, com vantagens ao nível da eficiência energética. Substituí os guardanapos de papel, por guardanapos de pano. Passei a comprar manteiga com embalagem em folha de alumínio e arranjei uma manteigueira. Passei a comprar sempre que possível, formatos grandes e garrafões, usando depois volumes mais pequenos reciclados sempre que necessário, para água, sumos, detergentes etc. Evito comprar bolachas com saquetas de dose individual.
Aquilo que é extraordinário, é que a mudança implica sempre uma poupança económica também!
Numa óptica mais abrangente, de eficiência energética e de poupança de água, tento otimizar/usar a água fria que “vem” antes da água quente. Só compro fruta portuguesa ou espanhola, à excepção das frutas tropicais. Reduzi o consumo de carne, principalmente de vaca. As motivações para esta ação são de diversas origens, mas basta falarmos um pouco com os nossos avós, sobre a dieta deles há umas décadas atrás ou investigar um pouco noutras fontes, para perceber que comemos demasiada proteína animal.
Recordo um sábio provérbio africano: A Terra não é uma herança dos nossos pais, mas um empréstimo dos nossos filhos.